30 de abril de 2009

já só sei escrever palavras

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Não há belezas aqui,
Só os segredos escondidos,
Em páginas de livros,
Do que em tempos senti,
De toda a vida que fui,
Todo o sonho que moveu
Aquilo que sempre previ,
Mas que agora, morreu.

Não desespero nem choro,
A alma não pequenou
Foi só um síndrome vago
Já não achar necessário
Escrever aquilo que sou
A cada momento passado
A cada vida num verso
Que um amor verseado
Não tem por isso marcado
O futuro que lhe peço

E talvez seja só desculpa
Da dormência da mente
O porquê da arte acabada
Porque é que a mão já não sente?
Mas tudo tem o destino
Bem escrito em lado nenhum
E não é por serem lavradas
Todas as terras que tenho
Com vontades semeadas
Que tudo passará 
De um sonho estranho

E eu já só sei escrever palavras

______________________


Finalmente, escrevi.

29 de abril de 2009

sooo fucked up

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E assim se desvanece um 20 a biologia.

Lentamente, pelo canudo, ele escorre..

elogio ao amor puro

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Quero fazer o elogio do amor puro. Parece-me que já ninguém se apaixona de verdade. Já ninguém quer viver um amor impossível. Já ninguém aceita amar sem uma razão. Hoje as pessoas apaixonam-se por uma questão de prática. Porque dá jeito. Porque são colegas e estão ali mesmo ao lado. Porque se dão bem e não se chateiam muito. Porque faz sentido. Porque é mais barato, por causa da casa. Por causa da cama. Por causa das cuecas e das calças e das contas da lavandaria.

Hoje em dia as pessoas fazem contratos pré-nupciais, discutem tudo de antemão, fazem planos e à mínima merdinha entram logo em "diálogo". O amor passou a ser passível de ser combinado. Os amantes tornaram-se sócios. Reúnem-se, discutem problemas, tomam decisões. O amor transformou-se numa variante psico-sócio-bio-ecológica de camaradagem. A paixão, que devia ser desmedida, é na medida do possível. O amor tornou-se uma questão prática. O resultado é que as pessoas, em vez de se apaixonarem de verdade, ficam "praticamente" apaixonadas.

Eu quero fazer o elogio do amor puro, do amor cego, do amor estúpido, do amor doente, do único amor verdadeiro que há, estou farto de conversas, farto de compreensões, farto de conveniências de serviço. Nunca vi namorados tão embrutecidos, tão cobardes e tão comodistas como os de hoje. Incapazes de um gesto largo, de correr um risco, de um rasgo de ousadia, são uma raça de telefoneiros e capangas de cantina, malta do "tá tudo bem, tudo bem", tomadores de bicas, alcançadores de compromissos, bananóides, borra-botas, matadores do romance, romanticidas. Já ninguém se apaixona? Já ninguém aceita a paixão pura, a saudade sem fim, a tristeza, o desequilíbrio, o medo, o custo, o amor, a doença que é como um cancro a comer-nos o coração e que nos canta no peito ao mesmo tempo? O amor é uma coisa, a vida é outra. O amor não é para ser uma ajudinha. Não é para ser o alívio, o repouso, o intervalo, a pancadinha nas costas, a pausa que refresca, o pronto-socorro da tortuosa estrada da vida, o nosso "dá lá um jeitinho sentimental".

Odeio esta mania contemporânea por sopas e descanso. Odeio os novos casalinhos. Para onde quer que se olhe, já não se vê romance, gritaria, maluquice, facada, abraços, flores. O amor fechou a loja. Foi trespassada ao pessoal da pantufa e da serenidade. Amor é amor. É essa beleza. É esse perigo. O nosso amor não é para nos compreender, não é para nos ajudar, não é para nos fazer felizes. Tanto pode como não pode. Tanto faz. É uma questão de azar. O nosso amor não é para nos amar, para nos levar de repente ao céu, a tempo ainda de apanhar um bocadinho de inferno aberto. 

O amor é uma coisa, a vida é outra. A vida às vezes mata o amor. A "vidinha" é uma convivência assassina. O amor puro não é um meio, não é um fim, não é um princípio, não é um destino. O amor puro é uma condição. Tem tanto a ver com a vida de cada um como o clima. O amor não se percebe. Não dá para perceber. O amor é um estado de quem se sente. O amor é a nossa alma. É a nossa alma a desatar. A desatar a correr atrás do que não sabe, não apanha, não larga, não compreende. O amor é uma verdade. É por isso que a ilusão é necessária. A ilusão é bonita, não faz mal. Que se invente e minta e sonhe o que quiser. O amor é uma coisa, a vida é outra. A realidade pode matar, o amor é mais bonito que a vida. A vida que se lixe. Num momento, num olhar, o coração apanha-se para sempre. Ama-se alguém. Por muito longe, por muito difícil, por muito desesperadamente. O coração guarda o que se nos escapa das mãos. E durante o dia e durante a vida, quando não esta lá quem se ama, não é ela que nos acompanha - é o nosso amor, o amor que se lhe tem. Não é para perceber. É sinal de amor puro não se perceber, amar e não se ter, querer e não guardar a esperança, doer sem ficar magoado, viver sozinho, triste, mas 
mais acompanhado de quem vive feliz.

Não se pode ceder. Não se pode resistir. A vida é uma coisa, o amor é outra. A vida dura a vida inteira, o amor não. Só um mundo de amor pode durar a vida inteira. E valê-la também.

Miguel de Esteves Cardoso


Hoje sinto-me gay e lamechas, daí isto.

28 de abril de 2009

ser

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Sei que ser é ser existente
Sei que é ente que grita por si
E se ser for coisa diferente
Irei eu chorar-me eternamente
Pois não tive noção do meu fim
Não há ser algum em mim

Dezembro 2007


Já não escrevo há tanto tempo.. hoje alguém me lembrou deste.

26 de abril de 2009

blocked

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Há certas alturas em que eu simplesmente não sei como é que vai ser. Mas como é que eu vou fazer? Digo, não digo? E se disser, digo o quê? Pois, não sei.

25 de abril de 2009

25 de abril

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Há muitos motivos para celebrar este normalíssimo dia:

- Watson e Crick publicaram o artigo sobre a descoberta da estrutura do ADN
- nascimento do Leonardo da Vinci
- nascimento do Al Pacino
- nascimento da Ella Fitzgerald

E é tudo, parece-me.

24 de abril de 2009

como queres o teu café?

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Curto, cheio, frio, forte, suave, doce, com leite ou a escaldar?



Vê mais fotos aqui.

22 de abril de 2009

veggie

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Não como carne há 5 dias. 

Quer dizer, hoje beberiquei um bocado de carne picada ao jantar, mas nada de mais. E porquê? Sisos. Dois. Dói.

Sinto-me extremamente apertada, enlatada, num beco sem saída, no que toca a área.. como se diz.. escolar. As doces palavras dos docentes voam livremente ao pé dos meus ouvidos e simplesmente não entram. Será da falta de proteína? Só pode, estou demasiado habituada a ter chichinha na tummy.

20 de abril de 2009

make me spin

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19 de abril de 2009

that's HOW sick i am

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18 de abril de 2009

39 celsius degrees

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É esta a minha temperatura corporal dos últimos 2 dias. I am dying, truly. 

17 de abril de 2009

pneumoultramicroscopicossilicovulcanoconiose

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Pneumoultramicroscopicossilicovulcanoconiose é uma palavra cunhada por Everett M. Smith, presidente da National Puzzlers' League, para ser a mais longa palavra de língua inglesa. A intenção é descrever uma condição conhecida por silicose.

O portador da doença é chamado de pneumoultramicroscopicossilicovulcanoconiótico, sendo esta a maior palavra da língua portuguesa, com 46 letras. Ela ganhou registro oficial pela primeira vez em 2001, no Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa.

16 de abril de 2009

theater

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Ontem fui ver Os Maias ao Teatro da Trindade.




Tive a fantástica experiência de ver o José Fidalgo, o senhor da direita, de aparência extremamente encantadora e apelativa, a escassos metros de mim.

14 de abril de 2009

the evil dentist

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caught

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It's fucked up.

13 de abril de 2009

final beat

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Amanhã há aulas. A partir de amanhã e até cerca de fins de junho, a minha vida morre. É o último período do meu último ano de escola.

I smell work and intensity coming.

Fuck fuck fuck.

12 de abril de 2009

if life is what you make of it

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Can I make mine a huge grilled beef full of roquefort and cream sauce and tones of home made french fries?

the morning after the night

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Ultimamente tenho saído muito. É porque estou a ficar grande, e crescida, e responsável, e "parece demasiado mal teres uma filha de 17 anos e nem sequer a deixares sair porra". 

Hoje é Domingo de Páscoa, mas disso ninguém quer saber. O que interessa é que hoje é dia após uma saída, aliás, é a manhã após tal, um dos momentos mais estranhos destes dias. Talvez devido à dor de pernas latente, não sei bem.

Odeio isto, odeio. É melhor por uma bandelete para me disfarçar.

10 de abril de 2009

sexta-feira santa

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Pecados de hoje,

- Carne: só um grande bife grelhado ao jantar
- Prazer carnal: não, hoje não
- Outros: bem.. acho que é melhor não, e daí não sei

o principezinho e a raposa

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Foi então que apareceu a raposa:




- Bom dia, disse a raposa.
- Bom dia, respondeu  o principezinho com delicadeza. Mas ao voltar-se não viu ninguém.
- Estou aqui, disse a voz, debaixo da macieira.
- Quem és tu?, disse o principezinho. És bem bonita…
- Sou uma raposa, disse a raposa.
-Anda brincar comigo, propôs-lhe o principezinho. Estou tão triste…
- Não posso brincar contigo, disse a raposa. Ainda ninguém  me cativou.
- Ah! Perdão, disse o principezinho.
Mas depois de ter reflectido,  acrescentou:
- Que significa “cativar”?
- Tu não deves ser de aqui, disse a raposa. Que procuras?
- Procuro os homens, disse o principezinho. Que significa “cativar”?
- Os homens, disse a raposa, têm espingardas e caçam. É uma maçada! Também criam galinhas. É o único  interesse que lhes acho. Andas à procura de galinhas?
- Não, disse o principezinho. Ando à procuro amigos. Que significa “cativar”?
- É uma coisa de que toda a gente se  esqueceu, disse a raposa, Significa “criar laços…”
- Criar laços?
- Isso mesmo, disse a raposa. Para mim, não passas por enquanto, de um rapazinho em tudo igual  a cem mil rapazinhos. E eu não preciso de ti. E tu não precisas de mim. Para ti, não passo  de uma raposa igual a cem mil raposas. Mas, se me cativares, precisaremos um do outro. Serás para mim único no mundo. Serei  única no mundo para ti…
- Começo a compreender, disse o principezinho. Existe uma flor…  creio que ela me cativou…
- É possível. - disse a raposa.- Vê-se de tudo à superfície da Terra…
- Oh! Não foi na Terra, disse o principezinho.
A raposa mostrou-se muito intrigada.
- Noutro planeta?
- Sim.
- Há caçadores nesse  tal planeta?
- Não.
- Isso tem muito interesse. E galinhas?
- Não.
- A perfeição não existe, suspirou a raposa.

Mas voltou à mesma ideia.

- Levo  uma vida monótona. Eu caço as galinhas e os homens caçam-me a mim. Todas as galinhas são iguais e todos os homens são iguais. Por  isso me aborreço um pouco. Mas, se tu me cativares, será como se o Sol iluminasse a minha vida. Distinguirei, de todos os passos, um novo ruído de passos. Os outros passos fazem-me esconder debaixo da terra. Os teus hão-de atrair-me para fora da toca, como música. E depois, olha! Vês, lá adiante, os campos de trigo? Eu não como pão. O trigo para mim é inútil. Os campos de trigo não me dizem nada. E é triste! Mas os teus cabelos são cor  cor de oiro. Por isso, quando me tiveres cativado, vai ser maravilhoso. Como o trigo é doirado, fará lembrar-me de ti. E hei-de amar o barulho do vento através do trigo…

A raposa calou-se e olhou por muito tempo o principezinho.

- Cativa-me, por favor, disse ela.
- Tenho muito gosto, respondeu o principezinho, mas falta-me tempo. Preciso de descobrir amigos e conhecer muitas.
- Só se conhecem as coisas que cativam, disse a raposa. Os homens não têm muito tempo para tomar conhecimento de nada. Compram coisas feitas aos mercadores. Mas como não existem  mercadores de amigos, os homens já não têm amigos. Se queres um amigo, cativa-me!
- Como é que hei-de fazer?, disse o principezinho.
- tens de ter muita paciência, respondeu a raposa.Primeiro,  sentas-te um pouco afastado de mim, assim, na relva. Eu olho para ti pelo  cantinho do olho e tu não dizes nada. A linguagem é uma fonte de mal-entendidos. Mas, de dia para dia, podes sentar-te cada vez mais perto…

No dia seguinte, o principezinho voltou.

- Era melhor teres vindo à mesma hora, disse a raposa. Se vieres, por exemplo, às quatro  horas da tarde, às três já eu começo a ser feliz. À medida que o tempo avançar, mais feliz me sentirei. Às quatro horas já começarei a agitar-me e a  inquietar-me;  descobrirei o preço da felicidade. Mas se vieres a uma hora qualquer, nunca posso saber a horas hei-de vestir o meu coração… São preciso ritos.
- O que é um rito? disse o principezinho.
- É também qualquer coisa de que toda a gente se esqueceu, disse a raposa. É o que faz com que um dia seja diferente dos outros dias, uma hora diferente das outras horas. Há um  rito, por exemplo, entre os meus caçadores. Dançam às quintas-feiras com as raparigas da aldeia. A quinta-feira é, por isso, um dia maravilhoso! Vou passear até à vinha. Se os caçadores dançassem num dia qualquer, os dias seriam todos iguais, e eu não teria férias.

Foi assim que o principezinho cativou a raposa. E quando se aproximou a hora da partida:

- Ah! disse a raposa… Vou chorar.
- A culpa é tua, disse o principezinho,não queria que te acontecesse mal; mas tu quiseste que eu te cativasse…
- É certo, disse a raposa.
- Mas vais chorar!, disse o principezinho.
- É certo, disse a raposa.
- Então não ganhas nada com isso!
-Ganho, sim, disse a raposa, por causa da cor do trigo.

Depois acrescentou:

-Vai ver as outras rosas. Compreenderás que a tua é unica no mundo. Quando voltares para me dizer adeus, faço-te presente de um segredo.

O principezinho foi ver as outras rosas.

-Vós não sois nada parecidas com a minha rosa; ainda não sois nada, disse-lhes ele. Ninguém vos cativou, nem vós cativastes ninguém. Sois como era a minha raposa. Não passava de uma raposa igual a cem mil raposas. Mas fiz dela minha amiga e agora é única no mundo.

E as rosas ficaram bastante aborrecidas:

-Vós sois belas, mas vazias, disse-lhes mais. Ninguém vai morrer por vós. É certo que, quanto à minha rosa, qualquer vulgar transeunte julgará que ela se vos assemelha. Mas, sozinha, ela vale mais do que vós todas juntas, porque foi ela que eu reguei. Porque foi ela que eu pus numa redoma. Porque foi ela que abriguei com um biombo. Porque  foi por causa dela que matei as lagartas (excepto duas ou três para as borboletas). Porque foi ela e só ela que ouvi lamentar-se ou gabar-se, ou mesmo, por vezes  calar-se. Porque é a minha rosa.

E voltando para junto da raposa:

-Adeus, disse ele.

-Adeus, disse a raposa. Vou dizer-te um segredo. É muito simples: só se vê bem com o coração. O essencial é invísivel para os olhos.

-O essencial é invísivel para os olhos, repetiu o principezinho, a fim de se recordar.

-Foi o tempo que perdeste com a tua rosa que tornou a tua rosa tão importante.

-Foi o tempo que perdi com a minha rosa… repetiu o principezinho, a fim de se recordar.

-Os homens esqueceram esta verdade. mas tu não deves esquecê-la. Ficas para sempre responsável por aquele que cativaste. És responsável pela tua rosa.

-Sou responsável pela minha rosa, repetiu o principezinho a fim de se recordar.



Antoine de Saint Exupéry

9 de abril de 2009

SOS arroz

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Alguém sabe fazer arroz?

Ensinem-me, por favor. Peço-vos com a maior das sinceridades que me digam como se faz arroz. O simples, branquinho, sem complicações.

Obrigado

8 de abril de 2009

today's tummy content:

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- 1 iogurte
- 2 fatias carne assada
- algum arroz
- 2 fatias tarte maçã
- 250 gr pão de ló
- 2,5 limiano kids
- 1 ovo chocolate pequeno
- 1 tacinha puré de maçã e amora
- 3 torradas
- 1 chá
- 1 prato risotto
- 1 pêra

6 de abril de 2009

back in black

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Tenho de confessar que estou back, sim senhora, mas não in black, o tempo na Tunísia não era dos melhores..

Ainda assim, meu deus, que viagem. Quem me dera poder lá ter ficado mais um bocadinho, só uns dias, só mais umas alcoolizações..

É óbvio que deixei lá metade da minha carga neuronal, mas valeu tanto tanto a pena.

Best trip ever :)

ah, eventualmente hei-de arranjar fotos de lá e por aqui