25 de dezembro de 2010

santa claus has come to town

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I guess he found out I am nice after all.

24 de dezembro de 2010

christmas eve

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São 19 horas da tarde de 24 de Dezembro e eu ainda não fiz mais nada sem ser beber gin tónico sentada de robe na sala. O meu pai segue o mesmo padrão, acrescentando-lhe um cachimbo.

Sou uma fã do Natal, e seria por isso de julgar atroz o quão miserável tem sido o meu dia. Desenganem-se, que é mesmo para isto que o Natal serve. Se eu gostava de o passar como antigamente, o dia todo aos saltos para saber qual dos 40 brinquedos da Concentra que eu pedi é que ia receber? Gostava, mas não era a mesma coisa. 

Há qualquer coisa de especial em estar sentado no sofá rodeado de família que ultrapassa largamente o dobro da nossa idade, a vê-la ficar contente com o conjunto de top e cardigan de caxemira que nunca irão usar (sem ser talvez num meu aniversário), ou a abrir entusiasticamente uma caneta nova (obrigada Mafalda, o pai vai guardá-la juntamente com as outras dez que tem lá em cima). 

Deixa-me mais feliz que muitas outras coisas.

Ou talvez seja só mesmo por saber que daqui a umas horas a Prada, a Longchamp e os Ray Ban já cá cantam. Mas vamos tentar apontar mais à primeira opção.


Merry Christmas y'all.

21 de dezembro de 2010

"youth is a wonderful thing,

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What a crime to waste it on children."

George Bernard Shaw

19 de dezembro de 2010

o senhor hoje bebeu sumo de alperce?

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Tenho muita inveja das pessoas que conseguem sair à noite sem beber um copo e ainda assim conseguem divertir-se. Pois eu não. E lembro bem, que houve uma semana em que eu andava a comprimidos e o médico disse-me, “Ouça jovem, você durante o período em que estiver a tomar estes medicamentos nem pense em beber álcool, ouviu bem? – disse-me ele. E eu respondi: “Ouvi sim, senhor doutor!”. E ele repetiu: “Jura por tudo o quanto é mais sagrado?”. Perguntou. E eu, já de dedos cruzados nos bolsos, lá fui dizendo: “Mas é claro que sim, senhor doutor. Mas é claro que sim!”. E a verdade, é que não foi assim tão claro e que à custa da ingestão de medicamentos com Jack Daniels e duas pedrinhas de gelo se fizer a fineza, tive que andar uns bons três quilómetros a pé enquanto entoava clássicos da Amália, depois de ter saído da discoteca Industria num memorável “It’s Amazing”.

O problema da bebida é o álcool. Não tenhamos dúvidas disto. E a sua maior virtude, também é o álcool. Isto é, ninguém bebe só porque tem sede. Pode acontecer – é certo – mas as pessoas bebem, sobretudo, para ficarem mais animadas. E isto não é de agora, porque já no tempo dos antigos egípcios se bebia bastante e acabava tudo com a Cleópatra às cambalhotas até com o próprio irmão. De resto, não sei bem explicar, mas é muito mais divertido ver uma mulher com os copos do que um homem. As mulheres não gostam muito de homens alcoolizados. Enquanto os homens, adoram ver uma mulher com os copos porque significa que à partida estará mais permeável a um possível avanço da nossa parte e acabar lá em casa a tomar o pequeno.

A este nível – no domínio da disponibilidade que alguém tem de se envolver com outra – apetece-me dizer que um homem sóbrio equivale a uma mulher com os copos. Isto é, para um homem, não é preciso estarmos com os copos para estarmos mais do que receptivos para uma aventura no final da noite. Enquanto que, para algumas mulheres, muitas das vezes, a coisa só lá vai com mais uma caipirinha ou safari com cola, que como se sabe, são bebidas tipicamente de miúdas. E reparem. Não é que elas não queiram ter este tipo de experiências – claro que querem – mas no entanto, as mulheres pensam mais, são mais racionais, analisam pormenorizadamente cada detalhe e pensam muito se será certo aceitarem o convite, se não ficará mal ser logo na primeira noite, se não se irão arrepender depois. Daí que seja tão importante para nós que bebam, porque quanto mais o fizerem, menos perguntas as assaltarão e teremos a nossa vida mais facilitada.

Contudo, ninguém gosta de beber demais. Primeiro, porque se fica com um hálito que Deus me livre e, depois porque há o dia seguinte. E o dia seguinte a uma bebedeira das grandes, faz-nos invariavelmente ter uma cabeça quase tão grande como a do “Luisão” e prometer que não iremos beber mais a partir daí. De maneira nenhuma. Seria impossível e seja com quem for, fazemos questão de revelar isto mesmo: “A partir de hoje, não bebo mais. Acabou-se!” E depois disto, é quase certo que poucas horas após esta delirante declaração, se ouve uma outra por parte do mesmo autor que anuncia: “Dê-me por favor, um vodka maçã!”. E assim se perde toda a vergonha. E não devia.

De resto, houvesse um qualquer sumo natural – imagine-se sumo de alperce – que provocasse a desinibição e sociabilidade que nos dá o álcool e não tenhamos dúvidas que esse sumo seria um êxito. Chegávamos ao bar e dizíamos: Dê-me por favor uma caneca das grandes de sumo de alperce! E era ver-nos a seguir a dançar em cima das mesas. “Dê-me por favor mais um copo de sumo de alperce! E lá íamos nós aos saltos para o meio da pista. E assim é que era bonito. E assim é que devia ser. E se assim fosse, quase que aposto que com o evoluir deste fenómeno não tardaria que a Brigada de Trânsito ao fazer-nos parar numa sempre animada operação stop, nos perguntaria desde logo: “O senhor hoje bebeu sumo de Alperce?”


Fernando Alvim

13 de dezembro de 2010

a lista

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Não se trata da minha lista de pedidos fantásticos ao obeso e inexistente São Nicolau (que seria bem curta por sinal, qualquer coisa com o logotipo da Prada me satisfará), mas sim dos filmes que eu desejo ver nesta época natalícia. Envolvem todos natal, por algum motivo estranho. Ora bem:

- Home Alone, como não? Desde que nasci que isto dá todos os Dezembros na televisão. Assim ao menos é quando me apetece, e não naquela tarde em que me dói demasiado a cabeça para o ver;

- Love Actually, tão adoravelmente gay que se torna irresistível ;

- A Christmas Carol, uma estreia no meu repertório, e que apenas aqui consta porque o Jim Carrey não é homem para me dar desilusões;

- Edward Scissor Hands, tão classicamente clássico e bom que até mete impressão. É já o primeiro marchar;

- A Nightmare Before Christmas, subscreve o anterior, sem tirar nem pôr;

- The Holiday, tem o Jude Law, chega-me;

- Joyeux Noël, chegou-me aos olhos apenas este ano, não sei bem como, e mete realização francesa ao barulho com coisas natalícias e  a primeira guerra mundial. How could I not?

11 de dezembro de 2010

quarentine

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Este é o quarto dia em que me encontro trancada em casa, e o primeiro em que não tenho 39º C de temperatura corporal. Terrível.

Seria de julgar que as pessoas ligadas à saúde, como quem diz gentes das medicinas, não reagissem à doença da mesma maneira que os restantes mortais. Qual quê. No exacto momento em que a pirexia se apodera de mim, o meu pobre cérebro esquece todas as noções científicas acerca de sinais, sintomas, diagnósticos e farmacologia aconselhada seja lá para o que for. Fico igual a uma senhora de 70 anos hipocondríaca.

Tudo isto resultou em aproximadamente 96 horas a dormir, comer e ver Scrubs de forma bastante intercalada. E agora? Agora é sábado e eu estou de pijama e cabelo não lavado à secretária, sem qualquer tipo de rambóia vindoura num futuro próximo. Já testes anatómico-microbiológicos num futuro próximo.. a conversa é outra.

Ah, e não, eu não perco o apetite quando estou doente. Quem diria?

8 de dezembro de 2010

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4 de dezembro de 2010

shopping

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Eles gritaram "compra-me"..

2 de dezembro de 2010

f.u.c.k.

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Foda-se. Não consigo dizer mais nada sem ser foda-se. 

Amanhã tenho teste e apresentação de Anatomia, pelo que deveria ter estudado crânio, pescoço e tórax. Nada. 

Eu até ia estudar. Mas descobri que havia um firmware novo ilegal qualquer para o meu ridiculamente adorável telemóvel.

Quatro horas. Estive quatro horas de seguida na merda do computador a tentar instalar aquilo. Nada, nada, nada. Mentira, tenho uma dor de cabeça e uma depressão do tamanho do mundo.

Pensei que nem valia a pena tentar pegar nos livros sem descansar uns 5 minutos. Liguei a televisão. Skins, episódio em que o meu mulato britânico favorito é espancado até à morte.

Fritei.

30 de novembro de 2010

"i have to tell you the truth,

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Lying is awesome!"

the dipr

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Vou passar as próximas duas horas a ver Scrubs enquanto como de forma automática Oreos encharcadas em leite quase a ferver.



Têm noção da quantidade de jeito que uma coisa destas me daria? 

27 de novembro de 2010

it's the most wonderful time of the year

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"There'll be parties for hosting
Marshmallows for toasting
And caroling out in the snow
There'll be scary ghost stories
And tales of the glories of
Christmases long, long ago"

Não me aguento. Eu juro que tentei esperar por dia 1, juro. Mas há que perceber que para uma pessoa com uma tara natalícia como a minha, passar pelas ruas de Lisboa e ver todo o santo centro comercial cheio de luzinhas e depois chegar a casa, e entrar num vazio sazonal.. não resulta. 

E lá passei eu não sei quantas horas (Anatomia, o quê? Teste quando? Não sei de nada.) a decorar o meu acolhedor quarto, que agora se encontra repleto de luzes de natal à volta de uma mini árvore, botas, bonequinhos, calendários gigantescos de chocolate, e por aí fora. É claro que o blogue nunca iria passar impune, possuindo agora um tema natalício extremamente adorável, e gay, se aplicado a um blogue masculino. Que por enquanto, não é o caso.

Não se percebe bem porquê. Menos de 18 anos? Nop. Enormes jantares de natal em casa? Nem tão pouco mais ou menos. Enormes jantares de natal noutro sítio qualquer? Não me cheira. Agregado familiar com quanto baste de cristianismo? Nunca foi. Influências de alguém que goste tanto de vestir camisolas de malha com renas e flocos de neve quanto eu? Só nos filmes do Sozinho em Casa.

É pancada. Já vi piores.

22 de novembro de 2010

"a" cirurgia

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Acabei de sair do bloco operatório. Que frase de sonho. Nada melhor pela manhã do que hora e meia a remover um carcinoma basocelular, seguido de um retalho nasal, dentro de uma bata esterilizada que faz pandan com a touca e máscara.    

Por mais irónico que soe, isto é, de facto, uma actividade matinal bastante interessante. Desde que a pessoa que está na maca não seja o nosso avô. Que era.

"Então filha, estás-te a sentir bem?" "Sim pai, apesar da pessoa que eu estupidamente mais amo neste mundo estar com a aparência de quem apanhou um tiro à queima-roupa no meio do nariz, e de o buraco desse mesmo tiro estar a jorrar de forma muito enérgica variados repuxos de sangue, estou-me a sentir lindamente."

O truque é distrairmo-nos com qualquer coisa. Eu achei que não tinha mal nenhum aproveitar o facto de o cirurgião do meu avô ser a coisa mais atraente que eu já vi passar num hospital. Num hospital fora da televisão,entenda-se. 

-Mafalda, o que nós vamos fazer ao teu avô é cortar aqui e ali, estás a ver?
-Estou, estou..
-Pronto sabes que estes carcinomas não costumam metastizar, não sabes?
-Sei, sei..
-Então vês, não há nada para te preocupares, depois a parte mais complicada é o retalho mas o teu pai já te deve ter falado imenso sobre estas coisas.
-Falou, falou..
-Estás bem, tens dúvidas?
-Não, não..

Não me babei, nem nada do género! Que horror. Mas quando for grande quero um destes em casa.

16 de novembro de 2010

elogio ao amor

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“Há coisas que não são para se perceberem. Esta é uma delas. Tenho uma coisa para dizer e não sei como hei-de dizê-la. Muito do que se segue pode ser, por isso, incompreensível. A culpa é minha. O que for incompreensível não é mesmo para se perceber. Não é por falta de clareza. Serei muito claro. Eu próprio percebo pouco do que tenho para dizer. Mas tenho de dizê-lo.

O que quero é fazer o elogio do amor puro. Parece-me que já ninguém se apaixona de verdade. Já ninguém quer viver um amor impossível. Já ninguém aceita amar sem uma razão. Hoje as pessoas apaixonam-se por uma questão de prática. Porque dá jeito. Porque são colegas e estão ali mesmo ao lado. Porque se dão bem e não se chateiam muito. Porque faz sentido. Porque é mais barato, por causa da casa. Por causa da cama. Por causa das cuecas e das calças e das contas da lavandaria.

Hoje em dia as pessoas fazem contratos pré-nupciais, discutem tudo de antemão, fazem planos e à mínima merdinha entram logo em “diálogo”. O amor passou a ser passível de ser combinado. Os amantes tornaram-se sócios. Reúnem-se, discutem problemas, tomam decisões. O amor transformou-se numa variante psico-sócio-bio-ecológica de camaradagem. A paixão, que devia ser desmedida, é na medida do possível. O amor tornou-se uma questão prática. O resultado é que as pessoas, em vez de se apaixonarem de verdade, ficam “praticamente” apaixonadas.

Eu quero fazer o elogio do amor puro, do amor cego, do amor estúpido, do amor doente, do único amor verdadeiro que há, estou farto de conversas, farto de compreensões, farto de conveniências de serviço. Nunca vi namorados tão embrutecidos, tão cobardes e tão comodistas como os de hoje. Incapazes de um gesto largo, de correr um risco, de um rasgo de ousadia, são uma raça de telefoneiros e capangas de cantina, malta do “tá bem, tudo bem”, tomadores de bicas, alcançadores de compromissos, bananóides, borra-botas, matadores do romance, romanticidas. Já ninguém se apaixona? Já ninguém aceita a paixão pura, a saudade sem fim, a tristeza, o desequilíbrio, o medo, o custo, o amor, a doença que é como um cancro a comer-nos o coração e que nos canta no peito ao mesmo tempo?

O amor é uma coisa, a vida é outra. O amor não é para ser uma ajudinha. Não é para ser o alívio, o repouso, o intervalo, a pancadinha nas costas, a pausa que refresca, o pronto-socorro da tortuosa estrada da vida,o nosso “dá lá um jeitinho sentimental”. Odeio esta mania contemporânea por sopas e descanso. Odeio os novos casalinhos. Para onde quer que se olhe, já não se vê romance, gritaria, maluquice, facada, abraços, flores. O amor fechou a loja. Foi trespassada ao pessoal da pantufa e da serenidade. Amor é amor. É essa beleza. É esse perigo. O nosso amor não é para nos compreender, não é para nos ajudar, não é para nos fazer felizes. Tanto pode como não pode. Tanto faz. É uma questão de azar.

O nosso amor não é para nos amar, para nos levar de repente ao céu, a tempo ainda de apanhar um bocadinho de inferno aberto. O amor é uma coisa, a vida é outra. A vida às vezes mata o amor. A “vidinha” é uma convivência assassina. O amor puro não é um meio, não é um fim, não é um princípio, não é um destino. O amor puro é uma condição. Tem tanto a ver com a vida de cada um como o clima. O amor não se percebe. Não é para perceber. O amor é um estado de quem se sente. O amor é a nossa alma. É a nossa alma a desatar. A desatar a correr atrás do que não sabe, não apanha, não larga, não compreende.

O amor é uma verdade. É por isso que a ilusão é necessária. A ilusão é bonita, não faz mal. Que se invente e minta e sonhe o que quiser. O amor é uma coisa, a vida é outra. A realidade pode matar, o amor é mais bonito que a vida. A vida que se lixe. Num momento, num olhar, o coração apanha-se para sempre. Ama-se alguém. Por muito longe, por muito difícil, por muito desesperadamente. O coração guarda o que se nos escapa das mãos. E durante o dia e durante a vida, quando não esta lá quem se ama, não é ela que nos acompanha – é o nosso amor, o amor que se lhe tem. Não é para perceber. É sinal de amor puro não se perceber, amar e não se ter, querer e não guardar a esperança, doer sem ficar magoado, viver sozinho, triste, mas mais acompanhado de quem vive feliz. Não se pode ceder. Não se pode resistir. A vida é uma coisa, o amor é outra. A vida dura a Vida inteira, o amor não. Só um mundo de amor pode durar a vida inteira. E valê-la também.”


Miguel Esteves Cardoso

15 de novembro de 2010

the love side of the force

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Porra, outra vez. Agora dá-me disto, pequenos e isolados eventos de uma solidão tão extrema que até dói. Ainda não dói muito. É como quem passa o dedo sobre a chama de um isqueiro e não o deixa lá. 

As pessoas não ajudam, mas também não as culpo. Isto já não é sobre alguém, é sobre o mundo inteiro. São as músicas, são os filmes, são as idas à rua para não ver mais nada se não mãos dadas, há cartazes publicitários ao Amor por todo o lado. 

Join the Love Side of the Force. Eu? 11 months without membership, and counting.

9 de novembro de 2010

the histology days are (sort of) over

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Acabou. Histologia acabou. Com 11, ou 12, mas acabou. Estou tão chocada que nem consigo ficar feliz.

4 de novembro de 2010

quagmire's dad

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Quagmire: Hey guys you got a minute?
Peter: Hey what's up buddy?
Quagmire: It's about my dad, he wants to have a sex change operation.
Peter: Wow I knew he was gay, didn't think he was that gay!
Quagmire: No Peter, he's not gay, he's a woman stuck in a man's body.
Peter: Yeah, gay.
Quagmire: It's totally different!
Lois: Sound the same.
Quagmire: Well it's not.
Peter: Okay so he wants to be a woman so he can be a lesbian?
Quagmire: No, he'd date man..
Peter: Gay.
Quagmire: This is not the help I came over here for!
Lois: Well look, let's just all agree that he's odd, uh?


Episódio inteiro aqui.

2 de novembro de 2010

novembro

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Há qualquer coisa de reconfortante em chegar a casa depois de um dia de 12 horas de trabalho e não fazer nada. Não que não fazer nada não seja sempre bom, que é, mas há sempre aquela verdade no merecido descanso do guerreiro.

É chegar, tomar um banho a ferver, fazer noodles e engolir séries aos magotes. Isto não teria piada rigorosamente nenhuma se fosse Verão, mas Novembro é feito destas merdinhas prazerosas.

Uma coisa estúpida em que tenho pensado enquanto vejo séries, onde há sempre a porcaria de um romance qualquer, é que este será o primeiro Novembro (provavelmente fará mais sentido ler-se Outono, e estiquem isto para Inverno) que vou ter solteira desde há uns anos. Apesar de não ser a coisa mais desagradável do mundo, está longe de ser a mais apelativa. Novembro é tempo de mantinhas, e filmezinhos, e torradinhas com cházinhos, e quem é a alma que pode desmentir que nada calha melhor no meio disto que uns amassos e uns picos hormonais (sem ser daqueles de que mal nos lembramos no dia a seguir)? Não é nenhuma. Qualquer alma é sabedora isto, até os pobres seres másculos desta espécie. Até o eventual passeio lamechas pela cidade calha bem nesta altura.

Enfim, grave é chumbar a Histologia, ou morrer. Haja paciência para me aturar. 

30 de outubro de 2010

rain

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Acho que ultimamente gosto mais de fotografar do que escrever. É coisa nova, nunca tinha trocado a escrita por nada deste mundo.

É mais fácil, tão mais fácil, agradar assim. Deve ser por isso.

27 de outubro de 2010

yours is not to wonder why,

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Yours is to do or die.

26 de outubro de 2010

panic stage I

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Cheguei a casa e desatei ao choro. Nada muito soluçado, diria antes que foi mais do tipo lágrimas a escorrer livremente enquanto nos olhamos com pena ao espelho. Tudo isto por causa de uma coisa tão linda como a Medicina, aquilo que na minha inocência pensei ser, vá lá, um pequeno sonho de vida.

Nunca pensei que chegasse a este ponto. Ainda é Outubro. Outubro do 2º ano. Eu que podia neste momento estar feliz, em casa sentada a olhar para pilhas de Fernando Pessoa e Mário Sá Carneiro à espera de serem docemente analisadas, fazendo intervalos para ir trabalhando num possível romance alternativo independente a ser lançado no final do curso.

Possível carreira estável e rentável no futuro, a quanto obrigas.

24 de outubro de 2010

trick me

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Said I've paid my dues for all that i've done
And I showed you that I love you more than once
There's nothing left there to decide
Said you might trick me once
I won't let you trick me twice
Freedom to us has always been a trick
Freedom to you has always been whoever landed on your dick
Seen it in your one to many times
Said you might trick me once
I won't let you trick me twice no

Might trick me once
I won't let you trick me twice
Might trick me once
I won't let you trick me twice no
Might trick me once
I won't let you trick me twice
No I won't let you trick me twice

Those days are old and overdone
And it's only cause i'm not with you that makes me number one
Though I may love you
It hurts me deep inside
Now you no longer have to hide

I used to be down with the late night hit
Started gettin' heavy when I really wasn't ready
Used my class to get in my mind
So I fell for your lies like all the time
I thought you were the shit to be playin' around
Call the police there's a mad girl in town
Could'nt get even here without a sound
It's not how I wanna get down 

Kelis

22 de outubro de 2010

vogue

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21 de outubro de 2010

do you think we should?

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Well, I'm running out of reasons why we shouldn't.

18 de outubro de 2010

rinite alérgica

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Se a Fertagus é a melhor parceria público-privado dos últimos anos em Portugal? Sim.
Se tem bom ar condicionado?
Não.

A tristíssima condição de saúde do meu nariz faz com que esta altura do ano seja a recordista em produção de ranho, gasto em papel higiénico e anti-alérgicos, voz fanhosa de quando em vez e ainda grandes aparatos públicos de 20 a 40 espirros sucessivos e bem sonoros. 

Epá é chato. É muito chato. Sobretudo a parte em que toda a gente me pergunta, com ar preocupado, "oh então, estás constipada?", e eu vou soltando um não, enquanto corro para a casa de banho em busca de papel higiénico que me possa salvar de parecer uma criança cheia de secreções nasais. 

Tudo isto muito bem potenciado pelo aquecedor de manhã, aquele ar quente do carro a meio da manhã, o ar condicionado de Fertagus ainda de manhã mas não tão de manhã, e depois tudo por ordem inversa em tempo de voltar a terras azeitoneses - I'm on a horse.

16 de outubro de 2010

he who is not jealous

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Is not in love.

pai, porque é que não emigramos?

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- Porque o resto da Europa também está mal.

- Então, mas há mais sítios para onde ir. Podíamos viver nos Estados Unidos. África é que não!

- Porque não África?

- Porque depois chegávamos lá, tu divorciavas-te e ias casar com uma preta qualquer, e eu não ia gostar.

- Se eu me divorciar quem tem de não gostar sou eu, não és tu.

- Mas eu não gosto é da parte da preta. Ia pôr-se para lá a pavonear-se pela casa comigo a ver..

- E quem é que te disse que ficavas lá a ver?

15 de outubro de 2010

got that right

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14 de outubro de 2010

calendários de chocolate natalícios

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Que fascínio. 



Esta merda tem um plástico impossível de tirar e janelas onde temos de fazer força, primeiro para dentro, depois para cima, para abrir. Contém ainda chocolates que só saem se virarmos o pacote ao contrário e os desenformarmos do molde, e que, sendo 24, juntos pesam menos que um Kit Kat.

E são tão bons. Tudo isto a propósito de ser dia 14 de Outubro e eu já ter um, ou pelo menos terei durante os próximos 10 minutos.

12 de outubro de 2010

e fernando pessoa diz

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"Se o que há de lixo moral e mental em todos os cérebros pudesse ser varrido e reunido, e com ele se formar uma figura gigantesca, tal seria a figura do comunismo, inimigo supremo da liberdade e da humanidade, como o é tudo quanto dorme nos baixos instintos que se escondem em cada um de nós."

Quem sou eu para discordar?

11 de outubro de 2010

um dia do diário

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Tive dois pesadelos durante a noite e acordei sobressaltada graças a um deles, mas não tenho a certeza de qual. Um deles implicava o meu pai entrar no meu quarto, a fumar enervadamente o seu cachimbo, enquanto anunciava que me ia trancar em casa até ao fim dos meus dias de solteira, vá Deus saber porquê. Outro implicava não sei quem comer uma loira. Uma loira assim de catálogo de revista. Faz sentido que tenha sido o primeiro a acordar-me.

Toda esta agitação motivou a que a primeira coisa que eu fiz no meu dia a seguir à rotina do chichi e do retirar o aparelho dos dentes tenha sido pôr jazz aos berros pelo quarto, em tom de relaxamento. E até resultou, tirando a parte de me ter feito vir relaxadamente vestida para a faculdade, but who cares, aqui a moda é ter boa nota a Anatomia, não é ter uns botins ingleses castanhos de 200 euros nos pés.

O meu mood musical estava lançado, e aproveitei-o para dar uso aos meus frescos e fofíssimos fones durante todo o trajecto comboio-faculdade, em vez do habitual início do comboio-fim do comboio. Deixei o iPod cair 3 vezes. É um objecto muito resistente.

Enfim, uma pena que para ter escrito isto não tenha tomado atenção a histologia, onde se falou durante uma hora ininterrupta acerca de testículos. My bad.

8 de outubro de 2010

nixon wire 8mm headphones

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Parecem-me ter sido uma boa compra. Não?

apocalipse

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O vento é tanto que me acordou. E eu não sou pessoa de sair do meu sono profundo por fenómenos naturais, geralmente é mais os pais a terem a primeira discussão do dia, ou a empregada a aspirar, ou o vizinho a cortar violentamente a sua sebe. Ainda por cima chove. Aquela chuva que ganha uma inclinação de 45º graus e que destrói qualquer tipo de guarda-chuva, motivo pelo qual nem sequer me vou dar ao trabalho de levar um para Lisboa. Uma gabardine deve chegar.

Estou a ver 2012 a adiantar-se.

7 de outubro de 2010

live from the OR

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E a isto é o que eu chamo uma noite bem passada com o pai. Cheguei agora mesmo da CUF Infante Santo, de onde muito profissionalmente "removi" um abcesso cervical. Removi, diga-se auxiliei, mas segurei para lá nas espátulas e andei a cortar pontos  e a queimar umas cenas, sim? Foi TÃO bom. Preciso de coisas destas para me lembrar que ao fim de, agora 5, anos vai estar tudo muito muito bem para o meu lado

5 de outubro de 2010

manuel maria filipe carlos amélio luís miguel rafael gabriel gonzaga xavier francisco de assis eugénio de bragança orleães sabóia e saxe-coburgo-gotha

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Qual Dom Manuel II, qual quê. As coisas chamam-se pelo nome, e o do último rei de Portugal é Manuel Maria Filipe Carlos Amélio Luís Miguel Rafael Gabriel Gonzaga Xavier Francisco de Assis Eugénio de Bragança Orleães Sabóia e Saxe-Coburgo-Gotha. Eu confesso que acho isto fascinante, no mínimo. E ainda há cromos de Cascais que se acham alguma coisa de especial por terem 6 ou 7 míseros nomes. 

Fazem-se 100 anos de república neste país, e verdade seja dita a coisa podia estar mais animada. Mas nem foi mau de todo. Tirando a parte de ter passado a haver comunistas, e por aí. Se não há homens perfeitos como raio haveriam de haver repúblicas que o fossem?

Gosto mais da bandeira antiga, ainda assim. Não vou muito à bola com a assimetria da actual.



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4 de outubro de 2010

quase uma mão cheia de problemas

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Problemas a comer. Esta fome é doentia, ultrapassa largamente os limites do fisiológico. Chego ao ponto de estar em casa e sair de carro à rua para unica e exclusivamente ir comprar quantidades massivas de lanche. Como mozzarella e donuts, e.. mozzarella e donuts.

Problemas a babar-me. Quando era pequenina babava-me ocasionalmente quando dormia, tudo normal. Agora é sempre. Soa divertido, mas causa-me bastante embaraço. Primeiro, porque enrijece o sítio da almofada onde respectivamente me babo, e segundo, porque há (apesar de, actualmente, improvável) a oportunidade de dormir e haver alguém ao meu lado a ver. No outro dia adormeci num banco de um parque e babei a mala que usei para encosto. Uma amiga minha viu, disse "que nojo" e teve de me emprestar um lenço.

Problemas com a faculdade. Hoje peguei num livro de farmacologia que tinha duas mil páginas. Problemas com a faculdade, portanto.

Problemas no amor.. querias. Não tenho não senhora. Sinceramente o único problema que poderia haver é o facto de eu não ter amor nenhum por onde ter problemas. Mas isso nem conta. Só contava quando eu sonhava com póneis e flores de olhos bem redondos e bocas sorridentes. 

3 de outubro de 2010

domingos

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Domingo não é um dia da semana. Domingo é um dia da semana no Outono e no Inverno. De resto é um dia com outro nome qualquer.

Faz frio, faz chuva, faz vento.

Estou de pijama, estou a comer torradas, estou de manta, estou a ver filmes.

É Domingo.

2 de outubro de 2010

home alone

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30 de setembro de 2010

dura praxis sed praxis

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Hoje, vesti preto. Saí de casa de saia e casaco, camisa e gravata, collants e saltos. E ainda uma capa de alguns quilos atrás. E valeu tão a pena.

Confesso que, talvez naturalmente, no meu ano de caloira não achei piada nenhuma a esta brincadeira. Mas do outro lado.. está a passar por mim um leve rasgo de compreensão para com os patrões operários pós-25 de Abril. Muito leve mesmo e.. já passou.

Dói-me a garganta de tanto gritar, doem-me os pés de tanto andar, dói-me a cara de tanto rir. E ainda hão de doer mais vezes, vestir preto é para mim.

Morte ao caloiro, o caloiro vai morrer.

29 de setembro de 2010

o tempo pergunta ao tempo

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Quanto tempo o tempo tem?
E o tempo responde ao tempo
Que o tempo tem tanto tempo
Quanto tempo o tempo tem.

28 de setembro de 2010

ódios do dia

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Odeio greves, manifestações e ainda revoluções.
Odeio o ranger de escadas em horas paradas.
Odeio gente que cospe no chão e ainda limpa a boca à mão.
Odeio homens animais, odeio tudo o que está a mais.
Odeio se há vontade sem haver reciprocidade.
Odeio donzelas em apuros e príncipes que por elas saltam muros.
Odeio que Fernando Pessoa morresse virgem sem saber que as mulheres também fingem.
Odeio que um salto alto se estrague no asfalto.
Odeio um mar sem lavagantes para apanhar.
Odeio que num maço, para um isqueiro não haja espaço.
Odeio amores que não provocam calores.


Odeio odiar, sem sequer tentar gostar.

27 de setembro de 2010

fml wars: episode II

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São 9 e meia da manhã de uma segunda-feira e eu estou acordada. Sim, as aulas começaram. Não, não tenho por hábito comparecer a cadeiras que tenham início antes das 10 . É a primeira aula do primeiro dia de aulas, e há qualquer coisa de estupidamente imoral em não comparecer a este momento.

Vim a viagem toda para cá a pensar em como este ano seria melhor. Acabaram-se os meses de choro, depressão, comer compulsivamente e olhar tristemente para a rua lá fora com o cabelo por lavar e os cantos da boca sujos de oreos, de livros espalhados no chão e um pai que grita que melhor mesmo seria eu ir servir imperiais nalgum lado. Que provavelmente até seria.

Diz que afinal não. Uma pessoa entra nisto, até se sente feliz, passa meia hora e dá conta que é a única sem pelo menos duas páginas cheias de apontamentos de história islâmica e bizantina da merda da medicina. Sem nenhuma página, realmente. Mas ao menos voltei a escrever no blogue, han? Hajam prioridades nesta vida. É porém reconfortante perceber que conforme os quartos de hora vão passando há bastantes aderentes a esta minha prática de não escrever rigorosamente nada em tempo lectivo, para além de extensas prosas em tom de diário. A segunda fase deste processo de desatenção constitui em jogar exaustivamente à forca até um dos pobres coitados ao meu lado desistir. Mas o João raramente desiste, cromo.

Este ano não vai ser melhor, vai ser exactamente igual.

E isso nem é muito mau.

16 de setembro de 2010

ó pai,

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Vá lá!

12 de agosto de 2010

hanger

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10 de agosto de 2010

liberation limit

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Um mês. Um mês e picos. Um recorde na minha falta de amor a este blog. Imperdoável, na minha sincera opinião.

Tudo isto terá, como devem imaginar, uma explicação perfeitamente plausível: ando demasiada ocupada a destruir o que resta do meu pobre encéfalo, e vir ao blog escrever seria um leve incentivo ao seu estímulo intelectual, algo inimaginável em período de destruição total. 

Acho que a panca já me passou. Já passou, já. Ter ido ao SW (mas é que é claro) foi a catarse desta liberação mental que o meu frágil corpo, tendo passado por duas épocas de exame em Medicina, com total sucesso, precisava. Vamos lá a entrar numa fase mais soft do que é enfiar o Verão todo pela goela adentro que daqui a nada é Setembro. E há aulas! E vindimas..

Estagiei e tudo. E vi sangues e cirurgias e choros e mortes.. não, mortes não. Almost there, though. E não escrevi aqui nada. Não tens um pingo de vergonha nesta tua cara Mafalda.

Agora estou toda feliz. Mandei as coisas grandes embora e fiquei com as pequeninas.

Estou toda feliz! 

6 de julho de 2010

1,2,3

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Há algo de senil em mim
Que já nao me deixa lembrar
Há quanto foi o fim
Nao sei cheguei a começar

Mas sei que foi sempre assim
Mais olhos que barriga
Mais sono que fadiga
Há sempre tempo para parar
Saber se vale a pena
Ou ficou por fazer

Nunca foi boa escolha
Ficar à espera para ver
Por mais que agente sofra
Um dia havemos de morrer

Mas sei que foi sempre assim
Mais garganta que vontade
Mais treta que verdade
Há sempre tempo para pensar
Mudar alguma coisa
Ou me parto a loiça

É só contar até 3
1, 2, 3 vou nascer outra vez

Fechar os olhos
1, 2, 3 vou nascer outra vez

Respirar bem fundo
1, 2, 3 vou nascer outra vez

Começar de novo
1, 2, 3 vou nascer outra vez!

5 de julho de 2010

então e estiveste a chorar porquê?

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Porque não quero que o Nito morra.

E achas isso normal?

Acho. Anormal é não estares a chorar também.

29 de junho de 2010

férias

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Estou num descanso tal que a minha existência de alma é quase nula.

Voa bicho leve pelas marés que vai correr tudo bem. Até começares a estagiar.

22 de junho de 2010

módulo II.II - anatomia, fisiologia e histologia

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Ora portanto cá vai a beleza de resultados deste exame:

- Média: 10,17
- Nº aprovados: 197
- Nº reprovados: 120

- Mafaldinha: um excelentíssimo 13,2 a conquistar a 25ª melhor nota da faculdade.

Fuck yeah!

20 de junho de 2010

"always remember,

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I have taken more out of alcohol than alcohol has taken out of me."

Winston Churchill

18 de junho de 2010

josé saramago

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Tenho tanta pena. Tanta, tanta pena. Há pessoas que não deviam morrer, mas a selecção de quem vai ou não ia ser brincar aos deuses, e não ia correr nada bem. És e sempre serás o único comunista de quem gosto verdadeiramente.



"Se tens um coração de ferro, bom proveito. O meu, fizeram-no de carne, e sangra todo o dia."

E o meu também. Até sempre.

16 de junho de 2010

o pior já passou

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Os dois demónios sumiram-se (acho eu, na vaga esperança de não ter chumbado hoje naquele que considero ter sido o pior exame que alguma fez vista nesta longa vida). Sinto que o primeiro ano já acabou apesar de ainda faltar muita brincadeira medicinal.

Que miséria de vida universitária. Mas grave é morrer. Agora anda a dar-me para esta.

Ah, e a minha querida mãe descobriu o meu blog. E leu-o. E prometeu que nunca mais cá vinha.

13 de junho de 2010

santos populares

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Alfama é uma festa. Que fique registado que NÃO ingeri sardinha nem vinho, mas sim apenas 2 bifanas, ? imperiais, ? fatias de salame, 1 arroz doce, e ainda um churro cheio de ovo.

E não comprei um manjerico. 5 euros por uma planta onde nem o nariz posso encostar pareceu-me exagerado.

12 de junho de 2010

a única coisa a que não resisto

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É à tentação. Isto é um cliché estúpido mas é verdade, que eu de resto resisto a tudo. Estou para ver até onde é que este lema estúpido me vai conseguir enterrar. Ou safar.

10 de junho de 2010

round 2

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Hoje tenho em mim a possibilidade de escrever a melhor crónica alguma vez escrita por mim sobre homens e amor. Ou então homens e gostar de homens, que amor é uma coisa muito à frente, para quem pode e não para quem quer.

Mas não me apetece. Iam ser mil linhas que se resumem a nós sermos umas cabras, vocês uns cabrões, e está tudo fodido. Há é uns menos que outros, e uma pessoa lá se vai aguentando.

Comigo, ao longo dos tempos, vão sempre sendo menos maus que eu. Tirando tu claro, a estreia é sempre pior, e tu também claro, que alguma vez na vida tinha de apanhar um assim. Infelizmente só serve para eu ir ficando pior, o que dá uma certa piada à coisa, que para a as sonsas ninguém tem pachorra. 

Ainda assim, hoje foi pior que eu pensava. Não julguei que fosse ficar 3 horas triste. E sim, minhas caras, 3 horas é tempo a mais para se ficar melancólico por uma tampa. Definitivamente tempo a mais. Eu sei, eu sei, nos filmes elas choram durante pelo menos uma a duas semanas, mas isso é porque têm corações gordos e rechonchudinhos. 

O que vale é que as 3 horas estão passadas, et voilá, apesar de cerca uma hora e meia atrasado, o meu adorável ser animado voltou, para o pior e maior que vier. Mas que não seja pior que eu. Esses, têm de ser por ciclos, portanto só daqui a uns aninhos virá um novo exemplar desse modelo.

9 de junho de 2010

tão cansada

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Mas tão feliz que até dói. Dói mesmo, não me aguento de dores nas pernas.

Anatomia já está. Fodeu mas valeu. E um 10 nunca atirou ninguém à vala.

8 de junho de 2010

well i never pray

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But tonight I'm on my knees.

7 de junho de 2010

the sky is not the limit

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Anatomy is.

6 de junho de 2010

a minha dentadura

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Há momentos ridículos no quotidiano de uma pessoa que se podem tornar na melhor coisa do dia inteiro. Especialmente em períodos de contenção social de longa duração, como, por exemplo e ao acaso, estar há 3 semanas trancada por causa de um exame. 

Anteontem, por exemplo, foi o facto de ter ido com o meu pai deitar o lixo fora. 

Ontem, fiquei-me por ter jantado folhado de queijo. Ganhei mesmo a merda do dia à conta disso. Depois chorei de noite porque ia/vou/sabe Deus chumbar.

Hoje, foi o facto da minha avó me ter revelado que acha que eu uso dentadura. Com a simples pergunta: Ó filha, se tu soubesses como eu odeio usar dentadura! O que é que tu usas para colar a tua placa? Dás-te tão bem com isso! É verdade avó, foi a placa que Deus me deu, e assim sendo não me dá quaisquer tipo de problemas. Ai é? Não avó, eu é que não uso placa. Ah..

Suponho que prove que os meus 6 longos anos de uso metálico nos dentes serviram para os tornar tão perfeitinhos que se aparentam falsos. Acho eu.

5 de junho de 2010

pesadelo de uma exilada numa noite de monção

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Era uma vez uma menina chamada Mafalda. A Mafalda sempre foi uma criança saudável, crescendo feliz com os seus pais e avós em Azeitão. Nunca deu problemas até ter ingressado num colégio privado perto de sua casa, onde toda a sua vida mudou. 

Foi no colégio que a Mafalda começou a perceber que afinal era mais giro brincar à apanhada com os rapazes do que com as raparigas, situação que lhe trouxe variados problemas, excepto nas notas. A Mafalda sempre teve boas notas. Foi ainda no colégio que ela conheceu o seu melhor amigo, o Professor de Biologia. Para a Mafalda, o seu professor sempre foi mais que um amigo, mas devido à enorme diferença de idades verificada nunca pode verdadeiramente confessá-lo, jocando apenas com o assunto. Ao longo dos anos a amizade avançou de um simples "dar bem" entre aluno e professor para uma troca imensa de diversos tipos de afectos, como dar 20's nos testes, trocar guloseimas e ainda falar pela internet. Foi assim que a Mafalda ficou com 20 a Biologia. 

A vida libidosa activa da Mafalda prolongou-se durante os seus 6 anos no colégio, atingindo assim um patamar de elevada satisfação entre os homens, com os quais vivia e compreendia bem.

Um dia a Mafalda acabou a escola e entrou na faculdade. Como tinha muito boas notas, entrou em Medicina, tal como os seus pais queriam. Os pais da Mafalda eram os dois médicos, e a Mafalda achava que também queria ser. Assim, começou o seu primeiro ano, onde percebeu de imediato que aquilo não era vida para si. A única coisa que lhe interessava era o álcool e os homens. Se bem que os homens começaram a deixar de ser interessantes. A Mafalda começou a arranjar muitos problemas com eles e a ter uma vida amorosa desgraçada. Ainda assim, o antigo professor de Biologia continuou sempre do seu lado, eterno melhor amigo. 

Chegado o fim do primeiro ano de faculdade a Mafalda chumbou num exame muito importante, na disciplina de Anatomia, onde atingiu o fundo, percebendo que tinha de mudar de vida. Informou os pais que ia desistir do curso, mudando-se para Literatura, notícia que não foi bem recebida. Assim sendo, a Mafalda revoltou-se com o mundo, entrando de facto para o curso que queria mas com o eterno desgosto dos pais, que a deprimiu. 

Em literatura, a Mafalda reparou que havia uma enorme população de lésbicas naquela área. Tendo já tido contacto feminino raro e experimental na sua vida, a Mafalda começou a achar que era bissexual, envolvendo-se com inúmeras raparigas do seu curso, já que nas populações homossexuais o conceito de monogamia não é tão fortemente defendido como nas heterossexuais. 

Ainda assim a Mafalda não conseguia deixar de pensar no seu professor de Biologia. Com o passar dos anos a Mafalda tornou-se numa mulher bem constituida, algo que não passava despercebido ao seu professor, e este continuou o homem alto, moreno, e atraente que sempre foi. Porém, ela sabia que todos os avanços seriam inúteis, pois o professor nunca a amaria.

Com isto, a Mafalda continuou a sua jornada bissexual, chegando ao ponto de se tornar apenas lésbica. A Mafalda odiava todos os homens à face da terra. A Mafalda acabou por se apaixonar por uma colega sua, a Consuela, uma espanhola emigrada em Portugal, com quem foi viver com o intuito de ser feliz para sempre.

Passados 5 anos de vida conjunta, a Mafalda e a Consuela quiseram criar família juntas. Sendo impossível a fecundação entre duas mulheres, a Mafalda contactou o seu querido professor de Biologia para ser este o pai da criança. O professor rapidamente acedeu, tendo porém decidido que o depósito seria feito de forma não natural, para não haver nenhuma traição à Consuela. Ambos tomaram esta decisão como uma desilusão, pois ansiavam, principalmente a Mafalda, por um contacto amoroso que nunca tinha desvanecido.

16 anos se passaram e a Mafalda era feliz com a Consuela, e o seu filho Sebastião, como o el rei desejado. O professor de Biologia nunca perdeu o contacto com a sua antiga aluna, tendo-se tornado inclusive como um tio para o agora crescido Sebastião, tomando funções como levá-lo ao futebol, à escola, e ainda a concertos musicais de bandas moderadas Pos-Punk e jornadas de música clássica da Gulbenkian.

Um dia o Sebastião estava em casa, e quis experimentar um jogo novo. A Consuela só gostava de Windows, mas os gráficos do iMac da Mafalda eram muito melhores, então foi a esse que o Sebastião se dirigiu. A caixa de correio electrónico estava aberta, e foi assim que o Sebastião leu uma troca de e-mails entre a sua mãe e o professor de Biologia, onde conversavam sobre este ser o seu verdadeiro pai. Sebastião acreditava que a fecundação entre mulheres era possível, até àquele dia. 

Feito isto, Sebastião pegou na sua mota e dirigiu-se a casa do professor, que viva ali perto. A sua condução era raivosa e descuidada, e sendo assim teve um acidente com um Mazda MX5 verde escuro descapotável.

Sebastião ficou deitado imóvel no chão, quando de repente viu Mafalda sua mãe a olhar para si. Tinha sido ela a bater-lhe. A Mafalda que ainda se lembrava das aulas de SBV do primeiro ano de medicina salvou o filho. Este contou-lhe que sabia toda a verdade, e escapuliu-se na mota para ir confrontar o Professor, sendo que a Mafalda foi a correr atrás dele. A correr de carro.

Em casa do professor, este teria pressentido que algo estava mal, tendo assim um AVC no chuveiro. Quando a Mafalda e o Sebastião chegaram a casa do professor, encontraram a Consuela nua na cama e a porta da casa de banho trancada com a água a correr lá dentro. A Consuela tinha ido ao computador da Mafalda depois de o Sebastião ter de lá saído e ficou tristíssima por descobrir que a Mafalda não a amava, e que continuava muito heterossexual por dentro e com desejos pelo seu professor de infância. Numa tentativa de irritar a Mafalda, tentou então fingir que tinha um caso com o professor, mas a Mafalda não acreditou ser possível, atirando-se com raiva à Consuela e matando-a com uma pancada no nervo auricular, ramo do plexo cervical.

Como a Consuela era uma imigrante espanhola ilegal, Mafalda enterrou-a pois ninguém ia reclamar a sua ausência. Enquanto isso, Sebastião, que adorava o professor, encontrou-o no chão da casa de banho e conseguiu chamar o 112 a tempo. 

No hospital, o professor acorda e vê-se rodeado pelo Sebastião e a Mafalda. Esta confessa-lhe que sempre o amou, que a Consuela está fora do caminho e que o Sebastião sabe de tudo. Beijam-se apaixonadamente, não podendo porém consumar o seu amor ali mesmo, pois o professor tornara-se impotente desde o dia em que doou o seu esperma à Mafalda. Sebastião espreitou o beijo dos pais pela porta do quarto do hospital mas ficou contente, perdoando-os pela mentira. Sebastião nunca gostou muito da Consuela por ela ser uma emigrante, portanto sofreu pouco com a sua perda.

Como uma família feliz, o Sebastião a Mafalda e o professor foram todos viver juntos. Um dia, o professor confessou ter uma filha de uma porca que tinha engravidado, nos tempos que era professor da Mafalda, e que gostava de a apresentar. A Mafalda não ficou muito chateada e concordou e o Sebastião ficou entusiasmado por conhecer a sua meia-irmã. Chegada Maria, a rapariga, a casa da família feliz, cruzou olhares com Sebastião e reparou que.. este era o seu namorado. Sebastião não levava as namoradas a casa porque lá não podiam ter sexo à vontade, mas no seu Honda já podiam. Sebastião desatou a chorar mal viu que o seu amor era a sua meia-irmã. A Mafalda e o Professor ficaram meio abananados com a situação. Mandaram Maria embora e deixaram o Sebastião em paz no seu quarto, a sofrer sossegado. Pela manhã, Mafalda foi ao quarto do Sebastião levar-lhe sumo de laranja e pão com queijo pelo pequeno almoço, e quando abre a porta depara-se com o seu filho enforcado num cabo de rede no candeeiro.

O drama foi demasiado pesado para o casal feliz se aguentar. Assim, a Mafalda e o seu eterno amor, o seu professor de sempre, separaram-se, sendo que este deu sozinho entrada num sanatório, enquanto Mafalda foi para o Uganda, como missionária, vivendo ambos assim até ao fim dos seus dias.




E isto, meus amores, é que é ter uma verdadeira pancada nos cornos.

4 de junho de 2010

things i know about rome

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1.) The Pope;
2.) Caesar salads; 
3.) Gladiator won the Oscar;
4.) Dead people;
5.) "It's-a me, Mario!"
6.) Future Rome featured in an upcoming episode of Futurama;
7.) Tom Hanks finds out Amelie is Jesus's great granddaughter.



It's like Dean Martin once sang, "When the moon hits your eye like a big-a pizza pie, that's Futuramore!" I don't know how Dean Martin knew about Futurama when he originally sang that song back in the 1800's, but it probably had something to do with him being a killer robot sent destroy John Connor.

The one-hour season premiere of Futurama airs Thursday, June 24 at 10pm / 9c.

Comedy Central

Eu queria estar triste por ir chumbar a Anatomia, mas agora não consigo. Temporada nova de Futurama faz destas coisas.

2 de junho de 2010

eu a convencer-te que gostas de mim

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Tu a convenceres-te que não é bem assim.
Eu a mostrar-te o meu lado mais puro,
Tu a argumentares os teus inevitáveis.

Eras tu a dançares em pleno dia,
E eu encostado como quem não vê.
Eras tu a falar para esconder a saudade,
E eu a esconder-me do que não se dizia.

Afinal...
Quebramos os dois afinal.

Era eu a despir-te do que era pequeno,
Tu a puxar-me para um lado mais perto,
Onde se contam histórias que nos atam,
Ao silêncio dos lábios que nos mata.

Eras tu a ficar por não saberes partir,
E eu a rezar para que desaparecesses,
Era eu a rezar para que ficasses,
Tu a ficares enquanto saías.

Não nos tocamos enquanto saías,
Não nos tocamos enquanto saímos,
Não nos tocamos e vamos fugindo,
Porque quebramos como crianças.


Toranja

31 de maio de 2010

hoje foi o dia

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Há dias de merda. Hoje foi o dia. Que saída previsível.

Hoje tive teste final de Histologia. Tive 12, acabei com 11. Dia de merda? Passado está, mas custa-me passar dos 18's aos 12's.

Hoje percebi que falta uma semana para a minha oral de Anatomia e que ainda não estudei. A merdice que esta conclusão trouxe ao meu dia é inexplicável.

Hoje bati com o meu carro. Bati por trás. A grelha ficou para dentro. O meu pai diz que eu conduzo mal e que nunca me devia ter dado um carro. E disse mal, de forma esperada, da minha triste nota. Dia de merda? Parece-me um sim consistente.

Hoje fizeste outra vez merda. Desta vez chegou. Há casos e casos, e não és propriamente o Romeu cá da zona que tenho de ter apaixonadamente. Se fosses é que era grave. E até já Romeus despachei. Vai tudo correr bem até acabarem dos exames. Depois disso, é que vai ser difícil portar-me bem. 

É sempre tão difícil portar-me bem..

28 de maio de 2010

não páras

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E desta vez não foste roubar à roseira do vizinho..

27 de maio de 2010

anatomia

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São.. não sei quantas páginas são. Não quis contar porque tive medo. Este semestre vou tentar a proeza de passar na oral de Anatomia com uma e única semana de estudo, sem ter lido nada antes.




Impossible is nothing, right? Querias.

See you all in a week or so.

26 de maio de 2010

brighten up my day

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Will you?

23 de maio de 2010

rosas

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Passei a manhã a resumir um capítulo de um livro desinteressante na mesa do jardim. O silêncio reinava até chegar o meu pai e ligar o rádio da piscina na Comercial. Música de merda. Depois chegou o meu avô, e não houve silêncio para mais ninguém. O silêncio e a Histologia foram dar uma curva rápida, de mãos dadas. O meu avô sentou-se comigo à mesa e comentou que as rosas do canteiro estavam bonitas. 

Sabes que nunca me deram rosas Nito? 

Mentira. Num aniversário meu, em jeito de me reconquistares, vieste dar-me uma rosa vermelha à porta. Não serviu de grande coisa, pelo menos naquela altura.

O meu avô ficou parado a olhar para mim. Comentou, e eu bem sei que é verdade, que oferece flores à minha avó numa frequência razoável. Não é que as vá comprar, apenas as rouba dos canteiros dos vizinhos. Mas quem é que quer saber? É bonito na mesma. 

Levantou-se e desapareceu. Continuei a resumir o fascinante parágrafo sobre a formação da dentina nos.. dentes. Que curso tão fácil. Passados cerca de 10 minutos ouço o meu avô a voltar, os passos de alguém que ouves há 19 anos começam a ser facilmente reconhecíveis, e vejo-o a pousar um copo de água cheio de rosas cor-de-rosa lá dentro.




São para ti Neca, para estudares melhor.

22 de maio de 2010

estou além

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Não consigo dominar
Este estado de ansiedade
A pressa de chegar
P'ra não chegar tarde
Não sei de que é que eu fujo
Será desta solidão
Mas porque é que eu recuso
Quem quer dar-me a mão

Vou continuar a procurar a quem eu me quero dar
Porque até aqui eu só
Quero quem
Quem eu nunca vi
Porque eu só quero quem
Quem não conheci
Porque eu só quero quem
Quem eu nunca vi
Porque eu só quero quem
Quem não conheci
Porque eu só quero quem
Quem eu nunca vi

Esta insatisfação
Não consigo compreender
Sempre esta sensação
Que estou a perder
Tenho pressa de sair
Quero sentir ao chegar
Vontade de partir
P'ra outro lugar

Vou continuar a procurar o meu mundo, o meu lugar
Porque até aqui eu só
Estou bem
Aonde não estou
Porque eu só quero ir
Aonde eu não vou
Porque eu só estou bem
Aonde não estou
Porque eu só quero ir
Aonde eu não vou
Porque eu só estou bem
Aonde não estou


António Variações

21 de maio de 2010

ó pai,

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Como assim há um livro de anatomia pior que o Rouvière?

Testut quantas?

20 de maio de 2010

receita de mulher

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As muito feias que me perdoem
Mas beleza é fundamental. É preciso
Que haja qualquer coisa de flor em tudo isso
Qualquer coisa de dança,
qualquer coisa de haute couture
Em tudo isso (ou então
Que a mulher se socialize
elegantemente em azul,
como na República Popular Chinesa).
Não há meio-termo possível. É preciso
Que tudo isso seja belo. É preciso
que súbito tenha-se a
impressão de ver uma
garça apenas pousada e que um rosto
Adquira de vez em quando essa cor só
encontrável no terceiro minuto da aurora.
É preciso que tudo isso seja sem ser, mas
que se reflita e desabroche
No olhar dos homens. É preciso,
é absolutamente preciso
Que seja tudo belo e inesperado. É preciso que
umas pálpebras cerradas
Lembrem um verso de Éluard e que se acaricie nuns braços
Alguma coisa além da carne: que se os toque
Como no âmbar de uma tarde. Ah, deixai-me dizer-vos
Que é preciso que a mulher que ali está como a corola ante o pássaro
Seja bela ou tenha pelo menos um rosto que lembre um templo e
Seja leve como um resto de nuvem: mas que seja uma nuvem
Com olhos e nádegas. Nádegas é importantíssimo. Olhos então
Nem se fala, que olhe com certa maldade inocente. Uma boca
Fresca (nunca úmida!) é também de extrema pertinência.
É preciso que as extremidades sejam magras; que uns ossos
Despontem, sobretudo a rótula no cruzar das pernas,
e as pontas pélvicas
No enlaçar de uma cintura semovente.
Gravíssimo é porém o problema das saboneteiras:
uma mulher sem saboneteiras
É como um rio sem pontes. Indispensável.
Que haja uma hipótese de barriguinha, e em seguida
A mulher se alteie em cálice, e que seus seios
Sejam uma expressão greco-romana, mas que gótica ou barroca
E possam iluminar o escuro com uma capacidade mínima de cinco velas.
Sobremodo pertinaz é estarem a caveira e a coluna vertebral
Levemente à mostra; e que exista um grande latifúndio dorsal!
Os membros que terminem como hastes, mas que haja um certo volume de coxas
E que elas sejam lisas, lisas como a pétala e cobertas de suavíssima penugem
No entanto, sensível à carícia em sentido contrário.
É aconselhável na axila uma doce relva com aroma próprio
Apenas sensível (um mínimo de produtos farmacêuticos!).
Preferíveis sem dúvida os pescoços longos
De forma que a cabeça dê por vezes a impressão
De nada ter a ver com o corpo, e a mulher não lembre
Flores sem mistério. Pés e mãos devem conter elementos góticos
Discretos. A pele deve ser frescas nas mãos, nos braços, no dorso, e na face
Mas que as concavidades e reentrâncias tenham uma temperatura nunca inferior
A 37 graus centígrados, podendo eventualmente provocar queimaduras
Do primeiro grau. Os olhos, que sejam de preferência grandes
E de rotação pelo menos tão lenta quanto a da Terra; e
Que se coloquem sempre para lá de um invisível muro de paixão
Que é preciso ultrapassar. Que a mulher seja em princípio alta
Ou, caso baixa, que tenha a atitude mental dos altos píncaros.
Ah, que a mulher dê sempre a impressão de que se fechar os olhos
Ao abri-los ela não estará mais presente
Com seu sorriso e suas tramas. Que ela surja, não venha; parta, não vá
E que possua uma certa capacidade de emudecer subitamente e nos fazer beber
O fel da dúvida. Oh, sobretudo
Que ela não perca nunca, não importa em que mundo
Não importa em que circunstâncias, a sua infinita volubilidade
De pássaro; e que acariciada no fundo de si mesma
Transforme-se em fera sem perder sua graça de ave; e que exale sempre
O impossível perfume; e destile sempre
O embriagante mel; e cante sempre o inaudível canto
Da sua combustão; e não deixe de ser nunca a eterna dançarina
Do efêmero; e em sua incalculável imperfeição
Constitua a coisa mais bela e mais perfeita de toda a criação inumerável.



Vinicius de Moraes

19 de maio de 2010

ai

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Cala-te! Cala-te mulher de Deus que eu já não te posso ouvir. Cala-te, cala-te, cala-te, cala-te, cala-te!

É sem querer. Eu não te quero odiar.. mas tu não te calas.

Cala-te, pelo amor da santa, cala-te para eu conseguir viver contigo sem te querer matar de 5 em 5 segundos.

Porra, Anatomia deixa-me nervosa.

18 de maio de 2010

warning sign

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Como é que me apanharam numa destas? Já lá iam uns anos, que eu me lembre.

É este o problema de eu ser uma rapariga que até gosta de ouvir boatos mas que lhes passa pouco cartão. Eu sabia que era estranho TANTA gente, mas não quis saber.

Acho que agora quero. Chega uma altura em que a nossa mão nos espanca sozinha, "Mas que raio de cabra és tu?".

Mas que raio de cabra sou eu? Que é feito da minha personalidade tão útil e horrível? Seja lá qual for a razão, está na altura de a ir buscar ao baú.

Eu queria mesmo parar com a reviravolta dos últimos meses, mas cheira-me que ainda não vai ser desta. E o mal foi eu querer! Olha lá a embrulhada em que já te foste meter Mafalda! Tudo ali tão bem escarrapachado e tu armada em criança feliz. Nem parece teu.. tsc tsc.



O que vale é que destes assuntos sempre tratei eu rápido, e este pequeno trabalho não será excepção. Já Anatomia..

rewind

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Dei o dia de hoje declarado como o primeiro do meu estudo a sério para os exames de 2º semestre. Sendo assim, perdi cerca de duas horas a ler este blog desde o seu primeiro post até ao último, não lendo qualquer tipo de conteúdo relacionado com nenhuma cadeira da faculdade.

É estranho como tudo muda. Curiosamente aquilo em que mais reparei é que deixei de escrever aqui a minha vida. Isto era o meu diário sem detalhes sórdidos, onde eu escrevia tudo o que me acontecia, porque me apetecia. Não sei se deixou de me apetecer, ou se simplesmente deixei de querer que vocês soubessem o que me vai na cabeça.

Acho que não vale a pena. Tão pouca gente me conhece hoje em dia, uma mão chega para contar. 

Reparem, uma pessoa habitua-se tanto a não ser ninguém ao pé dos outros que a coisa acaba por pegar. Deixa de ser voluntário este disfarce patético que em tempos me fora muito útil para não me chatearem. Já não é. É só um disfarce que já não sai.

Nem aqui escrevi que acabámos. Nem que me chamaste nomes. Dos feios e maus e sem sentido.

Nem aqui escrevi o que verdadeiramente fiz contigo e porquê.

Nem aqui escrevi que te conheci, e que és horrível, mas que serena continuo.

Suponho que esteja, lá no fundo, mudada. Um disfarce não consegue tanto sozinho, qualquer coisa vem de dentro. Este "eu não quero saber".  Tão 18 anos, não é? É o que toda a gente me tem dito. Essa tua parvoeira dos 18 anos, olha que te arrependes.

Tive os melhores 18 anos que alguma vez poderia imaginar. Tive cá de tudo, sem tirar nem por. 

Fiquem lá vocês com a vossa responsabilidade dos 20 e não sei quantos. Querem tanto que eu chegue lá. Ninguém me dá tempo. Eu um dia chego lá, se ninguém me matar antes. Ou se eu não me matar sem querer. De propósito parece-me pouco provável. 

O mais estranho desta merda toda é que não pareço tão infeliz. Não sei porquê mas tenho a ideia de ter mais mil razões para andar na miséria do que as que tinha há um ano ou dois, mas qualquer coisa cá dentro se clicou e deixou de ser lamechona. E depressiva. E poetisa. Uma destas ou outra qualquer, já nem sei. 

Sou má aluna agora. Não estudo e tenho más notas na faculdade. Não tenho um grupo de amigos fascinante, nem nada que se assemelhe. Não tenho ninguém que me ame, nem tão pouco mais ou menos. Nem amo ninguém, mas essa vá lá, Santo Padre, me mantenha assim saudável. Só ligeiras obsessões passionais, como todas as crianças do sexo feminino. Sou egoísta agora, já não dou nada a ninguém.

Pegou o disfarce, não foi?

Um dia passa.

15 de maio de 2010

cromos da bola

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Há qualquer coisa de extraordinariamente agradável em acordar pela manhã, ir à rua ver o que é que mexe, olhar para o carro da nossa mãe e pensar "Mas que raio?".

Eu sei que as crianças Azeitonenses se vêm obrigadas a medidas extremas de diversão devido à falta de entretenimento que esta terra proporciona, mas vai daí a taparem matrículas com autocolantes com jogadores de merda.. é que nem um Cristiano Ronaldo tiveram a dignidade de arranjar!




A minha mãe adorou, e eu também

13 de maio de 2010

i used to be schizophrenic

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But we're OK now!

12 de maio de 2010

don't you know that i'll be gone

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When you come around?

11 de maio de 2010

lost verticals

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Hahaha as coisas que tu me arranjas João!

More here.

10 de maio de 2010

everybody knows you're a liar

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Why don't I?
I just heard about your lovin' on the side
You're telling tall tales boy
Spinning webs too big to climb
Everybody know you're a liar, why don't I?

I always knew you were a fraud

You're lying through your teeth
You're not at all, not at all what you seem

Boy your love's so cheap, we been passing you around
There's cheating on you lips and you've been the talk of my town
Fix your mask boy
It's crooked on the side

Everybody know you're a liar what don't I?

9 de maio de 2010

campeões

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Gosto do Benfica. Gosto muito.

8 de maio de 2010

é isto mesmo

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A primeira "obra de arte" que comprei do meu bolso. E saiu caro.. But who cares? This is one hell of a cow!

6 de maio de 2010

here we go again

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Porquê, porquê, porquê, porquê, porquê, porquê, porquê, porquê, porquê?