30 de novembro de 2010

"i have to tell you the truth,

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Lying is awesome!"

the dipr

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Vou passar as próximas duas horas a ver Scrubs enquanto como de forma automática Oreos encharcadas em leite quase a ferver.



Têm noção da quantidade de jeito que uma coisa destas me daria? 

27 de novembro de 2010

it's the most wonderful time of the year

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"There'll be parties for hosting
Marshmallows for toasting
And caroling out in the snow
There'll be scary ghost stories
And tales of the glories of
Christmases long, long ago"

Não me aguento. Eu juro que tentei esperar por dia 1, juro. Mas há que perceber que para uma pessoa com uma tara natalícia como a minha, passar pelas ruas de Lisboa e ver todo o santo centro comercial cheio de luzinhas e depois chegar a casa, e entrar num vazio sazonal.. não resulta. 

E lá passei eu não sei quantas horas (Anatomia, o quê? Teste quando? Não sei de nada.) a decorar o meu acolhedor quarto, que agora se encontra repleto de luzes de natal à volta de uma mini árvore, botas, bonequinhos, calendários gigantescos de chocolate, e por aí fora. É claro que o blogue nunca iria passar impune, possuindo agora um tema natalício extremamente adorável, e gay, se aplicado a um blogue masculino. Que por enquanto, não é o caso.

Não se percebe bem porquê. Menos de 18 anos? Nop. Enormes jantares de natal em casa? Nem tão pouco mais ou menos. Enormes jantares de natal noutro sítio qualquer? Não me cheira. Agregado familiar com quanto baste de cristianismo? Nunca foi. Influências de alguém que goste tanto de vestir camisolas de malha com renas e flocos de neve quanto eu? Só nos filmes do Sozinho em Casa.

É pancada. Já vi piores.

22 de novembro de 2010

"a" cirurgia

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Acabei de sair do bloco operatório. Que frase de sonho. Nada melhor pela manhã do que hora e meia a remover um carcinoma basocelular, seguido de um retalho nasal, dentro de uma bata esterilizada que faz pandan com a touca e máscara.    

Por mais irónico que soe, isto é, de facto, uma actividade matinal bastante interessante. Desde que a pessoa que está na maca não seja o nosso avô. Que era.

"Então filha, estás-te a sentir bem?" "Sim pai, apesar da pessoa que eu estupidamente mais amo neste mundo estar com a aparência de quem apanhou um tiro à queima-roupa no meio do nariz, e de o buraco desse mesmo tiro estar a jorrar de forma muito enérgica variados repuxos de sangue, estou-me a sentir lindamente."

O truque é distrairmo-nos com qualquer coisa. Eu achei que não tinha mal nenhum aproveitar o facto de o cirurgião do meu avô ser a coisa mais atraente que eu já vi passar num hospital. Num hospital fora da televisão,entenda-se. 

-Mafalda, o que nós vamos fazer ao teu avô é cortar aqui e ali, estás a ver?
-Estou, estou..
-Pronto sabes que estes carcinomas não costumam metastizar, não sabes?
-Sei, sei..
-Então vês, não há nada para te preocupares, depois a parte mais complicada é o retalho mas o teu pai já te deve ter falado imenso sobre estas coisas.
-Falou, falou..
-Estás bem, tens dúvidas?
-Não, não..

Não me babei, nem nada do género! Que horror. Mas quando for grande quero um destes em casa.

16 de novembro de 2010

elogio ao amor

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“Há coisas que não são para se perceberem. Esta é uma delas. Tenho uma coisa para dizer e não sei como hei-de dizê-la. Muito do que se segue pode ser, por isso, incompreensível. A culpa é minha. O que for incompreensível não é mesmo para se perceber. Não é por falta de clareza. Serei muito claro. Eu próprio percebo pouco do que tenho para dizer. Mas tenho de dizê-lo.

O que quero é fazer o elogio do amor puro. Parece-me que já ninguém se apaixona de verdade. Já ninguém quer viver um amor impossível. Já ninguém aceita amar sem uma razão. Hoje as pessoas apaixonam-se por uma questão de prática. Porque dá jeito. Porque são colegas e estão ali mesmo ao lado. Porque se dão bem e não se chateiam muito. Porque faz sentido. Porque é mais barato, por causa da casa. Por causa da cama. Por causa das cuecas e das calças e das contas da lavandaria.

Hoje em dia as pessoas fazem contratos pré-nupciais, discutem tudo de antemão, fazem planos e à mínima merdinha entram logo em “diálogo”. O amor passou a ser passível de ser combinado. Os amantes tornaram-se sócios. Reúnem-se, discutem problemas, tomam decisões. O amor transformou-se numa variante psico-sócio-bio-ecológica de camaradagem. A paixão, que devia ser desmedida, é na medida do possível. O amor tornou-se uma questão prática. O resultado é que as pessoas, em vez de se apaixonarem de verdade, ficam “praticamente” apaixonadas.

Eu quero fazer o elogio do amor puro, do amor cego, do amor estúpido, do amor doente, do único amor verdadeiro que há, estou farto de conversas, farto de compreensões, farto de conveniências de serviço. Nunca vi namorados tão embrutecidos, tão cobardes e tão comodistas como os de hoje. Incapazes de um gesto largo, de correr um risco, de um rasgo de ousadia, são uma raça de telefoneiros e capangas de cantina, malta do “tá bem, tudo bem”, tomadores de bicas, alcançadores de compromissos, bananóides, borra-botas, matadores do romance, romanticidas. Já ninguém se apaixona? Já ninguém aceita a paixão pura, a saudade sem fim, a tristeza, o desequilíbrio, o medo, o custo, o amor, a doença que é como um cancro a comer-nos o coração e que nos canta no peito ao mesmo tempo?

O amor é uma coisa, a vida é outra. O amor não é para ser uma ajudinha. Não é para ser o alívio, o repouso, o intervalo, a pancadinha nas costas, a pausa que refresca, o pronto-socorro da tortuosa estrada da vida,o nosso “dá lá um jeitinho sentimental”. Odeio esta mania contemporânea por sopas e descanso. Odeio os novos casalinhos. Para onde quer que se olhe, já não se vê romance, gritaria, maluquice, facada, abraços, flores. O amor fechou a loja. Foi trespassada ao pessoal da pantufa e da serenidade. Amor é amor. É essa beleza. É esse perigo. O nosso amor não é para nos compreender, não é para nos ajudar, não é para nos fazer felizes. Tanto pode como não pode. Tanto faz. É uma questão de azar.

O nosso amor não é para nos amar, para nos levar de repente ao céu, a tempo ainda de apanhar um bocadinho de inferno aberto. O amor é uma coisa, a vida é outra. A vida às vezes mata o amor. A “vidinha” é uma convivência assassina. O amor puro não é um meio, não é um fim, não é um princípio, não é um destino. O amor puro é uma condição. Tem tanto a ver com a vida de cada um como o clima. O amor não se percebe. Não é para perceber. O amor é um estado de quem se sente. O amor é a nossa alma. É a nossa alma a desatar. A desatar a correr atrás do que não sabe, não apanha, não larga, não compreende.

O amor é uma verdade. É por isso que a ilusão é necessária. A ilusão é bonita, não faz mal. Que se invente e minta e sonhe o que quiser. O amor é uma coisa, a vida é outra. A realidade pode matar, o amor é mais bonito que a vida. A vida que se lixe. Num momento, num olhar, o coração apanha-se para sempre. Ama-se alguém. Por muito longe, por muito difícil, por muito desesperadamente. O coração guarda o que se nos escapa das mãos. E durante o dia e durante a vida, quando não esta lá quem se ama, não é ela que nos acompanha – é o nosso amor, o amor que se lhe tem. Não é para perceber. É sinal de amor puro não se perceber, amar e não se ter, querer e não guardar a esperança, doer sem ficar magoado, viver sozinho, triste, mas mais acompanhado de quem vive feliz. Não se pode ceder. Não se pode resistir. A vida é uma coisa, o amor é outra. A vida dura a Vida inteira, o amor não. Só um mundo de amor pode durar a vida inteira. E valê-la também.”


Miguel Esteves Cardoso

15 de novembro de 2010

the love side of the force

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Porra, outra vez. Agora dá-me disto, pequenos e isolados eventos de uma solidão tão extrema que até dói. Ainda não dói muito. É como quem passa o dedo sobre a chama de um isqueiro e não o deixa lá. 

As pessoas não ajudam, mas também não as culpo. Isto já não é sobre alguém, é sobre o mundo inteiro. São as músicas, são os filmes, são as idas à rua para não ver mais nada se não mãos dadas, há cartazes publicitários ao Amor por todo o lado. 

Join the Love Side of the Force. Eu? 11 months without membership, and counting.

9 de novembro de 2010

the histology days are (sort of) over

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Acabou. Histologia acabou. Com 11, ou 12, mas acabou. Estou tão chocada que nem consigo ficar feliz.

4 de novembro de 2010

quagmire's dad

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Quagmire: Hey guys you got a minute?
Peter: Hey what's up buddy?
Quagmire: It's about my dad, he wants to have a sex change operation.
Peter: Wow I knew he was gay, didn't think he was that gay!
Quagmire: No Peter, he's not gay, he's a woman stuck in a man's body.
Peter: Yeah, gay.
Quagmire: It's totally different!
Lois: Sound the same.
Quagmire: Well it's not.
Peter: Okay so he wants to be a woman so he can be a lesbian?
Quagmire: No, he'd date man..
Peter: Gay.
Quagmire: This is not the help I came over here for!
Lois: Well look, let's just all agree that he's odd, uh?


Episódio inteiro aqui.

2 de novembro de 2010

novembro

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Há qualquer coisa de reconfortante em chegar a casa depois de um dia de 12 horas de trabalho e não fazer nada. Não que não fazer nada não seja sempre bom, que é, mas há sempre aquela verdade no merecido descanso do guerreiro.

É chegar, tomar um banho a ferver, fazer noodles e engolir séries aos magotes. Isto não teria piada rigorosamente nenhuma se fosse Verão, mas Novembro é feito destas merdinhas prazerosas.

Uma coisa estúpida em que tenho pensado enquanto vejo séries, onde há sempre a porcaria de um romance qualquer, é que este será o primeiro Novembro (provavelmente fará mais sentido ler-se Outono, e estiquem isto para Inverno) que vou ter solteira desde há uns anos. Apesar de não ser a coisa mais desagradável do mundo, está longe de ser a mais apelativa. Novembro é tempo de mantinhas, e filmezinhos, e torradinhas com cházinhos, e quem é a alma que pode desmentir que nada calha melhor no meio disto que uns amassos e uns picos hormonais (sem ser daqueles de que mal nos lembramos no dia a seguir)? Não é nenhuma. Qualquer alma é sabedora isto, até os pobres seres másculos desta espécie. Até o eventual passeio lamechas pela cidade calha bem nesta altura.

Enfim, grave é chumbar a Histologia, ou morrer. Haja paciência para me aturar.