18 de maio de 2010

rewind

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Dei o dia de hoje declarado como o primeiro do meu estudo a sério para os exames de 2º semestre. Sendo assim, perdi cerca de duas horas a ler este blog desde o seu primeiro post até ao último, não lendo qualquer tipo de conteúdo relacionado com nenhuma cadeira da faculdade.

É estranho como tudo muda. Curiosamente aquilo em que mais reparei é que deixei de escrever aqui a minha vida. Isto era o meu diário sem detalhes sórdidos, onde eu escrevia tudo o que me acontecia, porque me apetecia. Não sei se deixou de me apetecer, ou se simplesmente deixei de querer que vocês soubessem o que me vai na cabeça.

Acho que não vale a pena. Tão pouca gente me conhece hoje em dia, uma mão chega para contar. 

Reparem, uma pessoa habitua-se tanto a não ser ninguém ao pé dos outros que a coisa acaba por pegar. Deixa de ser voluntário este disfarce patético que em tempos me fora muito útil para não me chatearem. Já não é. É só um disfarce que já não sai.

Nem aqui escrevi que acabámos. Nem que me chamaste nomes. Dos feios e maus e sem sentido.

Nem aqui escrevi o que verdadeiramente fiz contigo e porquê.

Nem aqui escrevi que te conheci, e que és horrível, mas que serena continuo.

Suponho que esteja, lá no fundo, mudada. Um disfarce não consegue tanto sozinho, qualquer coisa vem de dentro. Este "eu não quero saber".  Tão 18 anos, não é? É o que toda a gente me tem dito. Essa tua parvoeira dos 18 anos, olha que te arrependes.

Tive os melhores 18 anos que alguma vez poderia imaginar. Tive cá de tudo, sem tirar nem por. 

Fiquem lá vocês com a vossa responsabilidade dos 20 e não sei quantos. Querem tanto que eu chegue lá. Ninguém me dá tempo. Eu um dia chego lá, se ninguém me matar antes. Ou se eu não me matar sem querer. De propósito parece-me pouco provável. 

O mais estranho desta merda toda é que não pareço tão infeliz. Não sei porquê mas tenho a ideia de ter mais mil razões para andar na miséria do que as que tinha há um ano ou dois, mas qualquer coisa cá dentro se clicou e deixou de ser lamechona. E depressiva. E poetisa. Uma destas ou outra qualquer, já nem sei. 

Sou má aluna agora. Não estudo e tenho más notas na faculdade. Não tenho um grupo de amigos fascinante, nem nada que se assemelhe. Não tenho ninguém que me ame, nem tão pouco mais ou menos. Nem amo ninguém, mas essa vá lá, Santo Padre, me mantenha assim saudável. Só ligeiras obsessões passionais, como todas as crianças do sexo feminino. Sou egoísta agora, já não dou nada a ninguém.

Pegou o disfarce, não foi?

Um dia passa.

1 comentários:

Anónimo disse...

Um dia passa, sim. Vive um dia de cada vez. Tens todo o tempo do mundo.
Estuda volta a ser a aluna que sempre foste. Deixa o tempo curar as feridas. Como te compreendo!!!